Tradições Natalícias aveirenses desconhecidas

Aveiro tem o seu brilho especial no Natal — mas há tradições antigas e discretas que muitos aveirenses já não conhecem (e outras que se estão a perder). Aqui ficam algumas joias escondidas da nossa memória festiva:

🔹 1. A “Noite das Filhóses”
Muito antes da Consoada se tornar o centro de tudo, algumas famílias aveirenses tinham o hábito de reunir vizinhos e parentes para fritar filhóses e sonhos na noite anterior — era uma tradição mais comunitária do que familiar.

🔹 2. O Costume de Enfeitar a Porta com Sal e Ramos Verdes
Nas zonas mais antigas da cidade, colocava-se um pequeno montinho de sal misturado com ramos de louro ou azevinho junto à porta. Era uma forma simbólica de “purificar” a casa para o ano novo.

🔹 3. O “Madeiro à Beira da Ria” (hoje quase esquecido)
Tal como em algumas aldeias do centro, várias comunidades piscatórias faziam pequenas fogueiras de convívio na véspera de Natal. Os pescadores diziam que o fogo “guiava” quem estivesse no mar.

🔹 4. Cantorias de Janeiras… mas feitas nos Barcos
Há registos de grupos que, em vez de percorrerem ruas, cantavam as janeiras embarcados, aproximando-se das margens para desejar bom ano às famílias. Uma tradição raríssima e muito aveirense.

🔹 5. O Costume de Guardar a Primeira Fatia de Bolo Rei
Algumas famílias acreditavam que guardar a primeira fatia até ao Dia de Reis trazia prosperidade e proteção à casa — especialmente se estivesse perto do presépio.

🔹 6. O “Presépio Vivo das Marinhas”
No início do século XX, era comum os marnotos e as suas famílias encenarem pequenos quadros natalícios nas próprias marinhas. Luzes improvisadas, mantas e ferramentas transformavam o espaço num presépio artesanal e único.

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